terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Por outras palavras

Tentar encerrar o assunto: quer dizer, publicar o que já faz tempo, de vez. Na minha desmesurada e patética pretensão, penso que tenho aí algo do tipo: Aforismos poéticos ou Poesia aforística. Ou, quando crescesse queria ser Nietzsche. E ter bigodes e nenhum sucesso com as mulheres. Mas se eu fosse homem acho que eu seria um saco. Humor infame de merda. Quero dizer que duvido escrevesse uma linha, embora certas coisas, como disse a um amigo, só dá pra escrever quem tem saco. Que se coce. Infame. Sendo mulher, não tem a mínima graça. Se escolheria ter um? De-formalguma! Só o que invejo dos homens é quando sabem brigar. De resto, sem pau nenhum a gente bem que se vira. E se vira bem melhor às vezes... perdendo para o gosto que se tem no uso deles. O que chamam por aí fa-lo-centrismo. Condição que me faz A falta. Nada de histeria assim tão clássica. Penis normalis é receita errada. O que sinto falho é meu espaço vago: desse buraco que desejo o avesso, ultrapassar-me do orifício morno, que me reduz todo o mais de um corpo, de uma voz, de silêncios e respostas e de espaços. Tantas umidades a se viver além do coito... tantas paixões a se pulsar além dos pares... tanta beleza a ser fruida, que não tenha sexo... e tanto a ser parido que não seja prole... e tanto a ser cuidado que não sejam eles... Eles, os homens, não crescem muito, além do entre as pernas. Eles, eu não os invejo, nem os recuso. Nós, as mulheres, eu não nos renego. É só que esse enredo todo que nos divide e que nos afasta, e que por vezes nos atrai e nos une, ao sexo oposto ou ao mesmo sexo... é que esse assunto de sexo oposto ou mesmo sexo... ah! tem hora na vida que faz a gente desperdiçar tempo e latim demais. E o pior, é que ainda hoje, agora mesmo, jamais deixou de ser necessário.

Um comentário:

Materialidade Fluida disse...

mágico...forte...lindo...maduro...sagaz...gostoso...delicadamente agressivo...verdadeiro...pungente...latejante...cortante...visceral...sacana...eitâ maldição.

Plavriado malcriadamente bem feito
coisa de gêni@(o)(a)